Saudade de escrever

Estava com saudade de escrever. Esse espaço em branco simplesmente me incomoda, gosto dele preenchido. Preenchido não apenas de palavras, mas de realidade, do que se sente, do que se vê e do que se acha. Porém, nos últimos dias, nenhum desses visitaram a minha mente. A cabeça está a mil, mas o coração vazio.
A sensação de colocar sentimentos para fora é libertadora e universal. Talvez todo mundo faça isso um dia, de alguma forma. A minha, é escrevendo, e se passo muito tempo sem digitar uma frase sequer, fico chateada. É frustrante não conseguir expressar o seu mundo para o mundo. É impotente, humano. Mas não adianta, a real beleza das coisas está no abstrato, diferente e até no impossível. Manter o estado de espirito às escuras se tornou um desafio, porque é tão mais bonito quando flui, saí, invade.
Não dá pra controlar tudo, principalmente quando tudo está descontrolado. Quando saudade tem nome, sobrenome e endereço. Quando as prioridades gritam nos nossos ouvidos. Quando a emoção toma conta do ser.
É aí que nasce a vontade (e a saudade) de escrever um texto. Sem pensar em nada, somente escrever o que a alma clama.
E o pior é que a saudade não acaba mais.

Rebeca