O medo

O medo é o combustível da vida. Sabe aquele medinho antes de subir no palco ou aquele medinho cinco segundos antes de fazer exame de sangue? É esse "medinho" que nos faz lidar melhor com o medo. Aliás, o medo é algo com que se deve aprender a lidar todo dia e a todo momento, porém nunca estamos prontos. Na verdade, a graça da coisa é essa: nunca estar pronto.

Temos medo de tanta coisa. De perder, de ser esquecido, de tirar nota vermelha, de nos decepcionar, de decepcionar, de barata e de altura. Se pararmos pra pensar, o medo está em todo lugar, inclusive, dentro de nós. 

É a partir do medo que a pessoa se conhece. Ou se conhece melhor. É a partir daqueles "cinco minutos antes" que a gente se reconhece e se supera, pelo menos por enquanto. É ele que mostra a essência, o sentido literal, e não como você quer que seja ou acha que deveria ser. O medo transforma, nos coloca em situações devastadoras, mas que no fim, nos faz levar algum aprendizado disso.

O medo é um ciclo vicioso, permanente e natural. É a forma mais doce e ao mesmo tempo insana de se descobrir. O medo vem com a vontade. De falar, de mudar, de chorar, de sorrir e de acertar. É devastador. Guarda dentro de você o que há de mais precioso.

Deve ser uma mistura de tudo: o bom, o ruim e o maravilhoso. O medo só tem a tarefa de surpreender e fazer tudo acontecer. E vem com tudo: aflição, vergonha, lágrimas, nervosismo. Se der sorte, no final, vem com um sorriso no rosto.

O medo nos tira da rotina.